Acordeon e pandeiro são instrumentos pouco associados ao rock. Mas a banda carioca Manacá sabe muito bem usar e misturar esses elementos às guitarras distorcidas. Formada em meados dos anos 2000 por Letícia Persiles (voz), Luiz César Pintoni (guitarra), Daniel Wally (baixo) e Bruno Baiano (bateria), a banda já foi destaque em festivais alternativos, abriu shows do Beirut no Brasil, teve música em trilha de minissérie, lançou um disco produzido pelo renomado produtor Mário Caldato Jr. Logo após o lançamento - que demorou dois anos desde a gravação devido a problemas com a gravadora - a banda anunciou seu fim. Mas agora, os fãs podem ficar felizes. Em maio o quarteto anunciou seu retorno aos palcos e o lançamento de um novo single. Agora com reforço do acordeon de Rodrigo Ramalho, a banda intensifica as performances poderosas influenciadas pela música cigana, baião e simbolismos. Para saber o que vem por aí e conhecer um pouco mais sobre o grupo, confira a entrevista que o STEAM fez com Letícia e Luiz César.
STEAM: A banda entrou em hiato logo após o lançamento do
primeiro disco e do primeiro clipe. Por que se separaram naquele momento?
Letícia: Acho que naquele momento cada um de nós precisava
reafirmar suas próprias ideias, assim tomamos distância uns dos outros , apesar
de nunca termos nos desligado afetivamente.
STEAM: E por que resolveram voltar agora?
Letícia: Saudade.
STEAM: O que vocês fizeram nesse período que ficaram sem a
banda?
As Cartas de Amor e Saudade |
Luiz Cesar Pintoni: Eu participei e/ou participo de projetos
musicais como a Turmalina, o Marte, e Pessoal da Nasa, da qual faço parte
atualmente. Além disso dou aulas particulares de música e assistência de
câmera.
STEAM: Como o Manacá começou?
Letícia: Manacá começou com meu encontro com César, tínhamos
um amigo em comum e acabamos num projeto musical juntos. Também tenho uma
amizade longa com Baiano, e logo que eu e César decidimos dar início a esse
projeto, convidamos esse baterista de fibra que é meu amigo e irmão Baiano e
assim demos início ao Manacá.
STEAM: Como criaram essa estética musical, misturando rock
com música regional?
Letícia: Tudo aconteceu naturalmente, simplesmente
misturamos as influências musicais de cada um de nós. Eu particularmente vinha
de uma pesquisa sobre o sebastianismo no Brasil e outros movimentos folclóricos
e messiânicos. Assim acabei trazendo muito das minhas experiências de campo
pelo sertão do Cariri e pelas festas de Congada em Minas para o Manacá,
principalmente para as composições.
STEAM: O que planejam para esse novo show?
Letícia: Não planejamos nada, a não ser um grande reencontro
entre nós e todos os amigos e parceiros do Manacá.
STEAM: Vocês vão apresentar um novo single nesse show de
retorno, “Chama-Maré”. Já tem outras composições prontas? Pretendem lançar
algum inédito em breve?
Letícia: Vamos lançar
um single com uma música nova, ou duas... Ainda não está certo. Também vamos
incluir no repertório do show algumas músicas do meu trabalho solo.
STEAM: Que bandas vocês têm ouvido e gostariam de indicar
para os leitores do blog?
Letícia: Hum... Muita coisa... Eu posso dizer que tenho
ouvido entre outras muitas coisas, André Minvielle, Chico Trujillo, Lhasa de
Sela, Siba e a Fuloresta, HK e Les Saltinbanks, The Clash...
Luiz Cesar Pintoni: Muito do de sempre e coisas
relativamente novas. O último álbum que fiquei viciado é velho, do Daft Punk, Random
Acces Memories. E agora durante as gravações mil vez por dia
"Chama-Maré".
Nenhum comentário:
Postar um comentário